O Espírito Santo vai ganhar, ainda neste ano, o seu primeiro museu de carros antigos, localizado no município de Vila Velha, na região da Grande Vitória. A iniciativa é assinada pelo engenheiro mecânico e empresário Hadriel Benício, que decidiu transformar sua coleção pessoal de veículos clássicos em um projeto aberto ao público.

O espaço, que funcionará sob o nome provisório de Museu do Automóvel do Espírito Santo, está previsto para abrir suas portas ainda em 2025 no centro de Vila Velha. Haverá cerca de 30 carros antigos, sendo a maioria de origem europeia e fabricados antes da década de 1950 — inclusive modelos raros que remontam ao período da Segunda Guerra Mundial.

“Eu sempre gostei de carro e de museu. Sempre que viajava, visitava algum. E percebi que o Espírito Santo não tinha um espaço dedicado a isso. Chegou um ponto em que a coleção era tão grande que seria injusto não abrir ao público”, afirma Benício.

Um acervo com história

Entre os destaques da coleção está um modelo britânico Humber Hawk 1951, do qual existem apenas duas unidades conhecidas no Brasil — a que integra o acervo do museu sendo a única em excelentes condições. 
Outro modelo curioso é o Jeep JPX Canhoneiro (1995), raríssimo — apenas dez unidades foram produzidas, e uma delas chegou a ser utilizada em missão de paz da Nações Unidas (ONU) na África.

Além dos automóveis, o museu contará com salas temáticas: uma dedicada a volantes, outra a motores e uma terceira com emblemas e peças originais. A proposta é oferecer uma experiência imersiva, não só para entusiastas, mas para o público em geral que muitas vezes não conhece o universo automotivo.

Educação, cultura e inspiração

O museu também terá uma forte função social e educativa. Quando estiver em funcionamento, terá dias de visitação gratuita para escolas e comunidades em situação de vulnerabilidade social. Além disso, serão promovidas palestras para estudantes, com o objetivo de mostrar as oportunidades de carreira no setor automotivo. “Queremos mostrar que o setor automotivo também é uma oportunidade de carreira. O museu vai servir como um ponto de partida para inspirar novas gerações”, destaca Benício.

Startup e inovação

A coleção pessoal virou museu também por conta de outro negócio de Benício: a startup Original Box, que fabrica peças descontinuadas e personalizadas para veículos antigos, por meio de impressão 3D, engenharia reversa e acabamento especial. Essa expertise deu corpo ao projeto museológico e reforçou o apelo histórico e técnico da iniciativa.

Por que isso importa?

Para o Espírito Santo, um estado com setor automotivo e de reparação em crescimento, o museu representa um marco de preservação da história da mobilidade e da indústria automotiva. Ele também fortalece o turismo cultural e o engajamento com estudantes e entusiastas. A cidade de Vila Velha, por sua vez, soma mais uma atração diferenciada para moradores e visitantes.

Com a abertura prevista para este ano, o Museu do Automóvel do Espírito Santo promete se tornar um polo de cultura automotiva, educação e inovação no estado. Quem passar por Vila Velha poderá embarcar em uma viagem ao passado sobre rodas — e se inspirar para o futuro da indústria e dos profissionais da área.

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